quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

12. 12. 2013

Sarah,

Escrevo-lhe com a angústia dos anos que passaram desde o ultimo afago que nos foi possível. Não penso na involmuidade do tempo, já basta a nostalgia dos antigos momentos de feliz idade que tivemos. Quando penso nos sorrisos que se deterioraram com o passar sinto a face entorpecida pelos mais vastos e impróprios sentimentos. Foi tanto, foi tempo, e o verbo exato é este: foi. E no tempo dos verbos sinto a peso do que agora se projeta frente aos meus olhos e, brevemente, frente aos teus. Hoje sentei-me a porta de um lugar qualquer pensando nas alegrias de nossa amizade frutificada. Sempre fomos tão diferentes, tão incompletas e engasgadas com o pouco do tudo que podemos ver. Eu esperei o momento certo, a hora vaga, pra dizer as palavras de um livro que talvez, mudasse o tudo. Admirei-me por um mundo novo, admiraste a ti também?
E no esboço dos dias que seguiram desde então, caminhamos paralelamente por diversas portas em busca de algo pequeno e amorfo, tão cego quanto um morcego que, ainda assim, vê.
Eu sinto falta, falta até mesmo de faltar.

Afetuosamente,


  Tristeza

12. 12. 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário