Eduardo,
Conheces
o meu jeito indecente de dizer-lhe as coisas. Creio que sempre fora
perceptível a infinitude de intentivas sem termos que disparei a ti,
em propostas antepostas e descabíveis simulacros. Oh, meu caro! Quem
me dera ter tido um pouco mais de destreza para compreender que
precisavas tu pegar as malas. Sempre fui pássaro, e nunca me vi
impedindo voo, até então […]
Alguns
dias se passaram desde o início deste escrito. Não saberei dizer ao
certo quanto tempo, ele anda ferido demais. Há uma infinidade de
valores e dados que ando perdendo pelo caminho, não quero
decepcionar você, meu caro. Eu me perco nos segundos. Acredito que
este é o ponto que partilhas comigo.
Não
te irrites, a festa acabou.
E
eu ainda volto a casa ao lado para colocar cartas em sua caixa de
correio.A bem verdade, é que o sino do trem tem me despertado, é o
mesmo som para o ensaio do fim da cena. Foi-se o tempo da intimidade
dos cigarros.
Agora
é o consumir. O esmague do fim em um cinzeiro.
Tereza
?. 01. 2014