domingo, 15 de dezembro de 2013

16. 12. 2013


Dear Mr. Novel,

[…]

Eu queria viver uma outra vida, neste momento.

[…]

Você devia ser sincero.

Corta logo a linha. Eu sei que você não pode desembaraçar as coisas (in cabeza)[…] Estou pronta para lamber as feridas.
Não desfaz as malas.

(I'll still be there for you)



     Angústia
16. 12. 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

12. 12. 2013

Sarah,

Escrevo-lhe com a angústia dos anos que passaram desde o ultimo afago que nos foi possível. Não penso na involmuidade do tempo, já basta a nostalgia dos antigos momentos de feliz idade que tivemos. Quando penso nos sorrisos que se deterioraram com o passar sinto a face entorpecida pelos mais vastos e impróprios sentimentos. Foi tanto, foi tempo, e o verbo exato é este: foi. E no tempo dos verbos sinto a peso do que agora se projeta frente aos meus olhos e, brevemente, frente aos teus. Hoje sentei-me a porta de um lugar qualquer pensando nas alegrias de nossa amizade frutificada. Sempre fomos tão diferentes, tão incompletas e engasgadas com o pouco do tudo que podemos ver. Eu esperei o momento certo, a hora vaga, pra dizer as palavras de um livro que talvez, mudasse o tudo. Admirei-me por um mundo novo, admiraste a ti também?
E no esboço dos dias que seguiram desde então, caminhamos paralelamente por diversas portas em busca de algo pequeno e amorfo, tão cego quanto um morcego que, ainda assim, vê.
Eu sinto falta, falta até mesmo de faltar.

Afetuosamente,


  Tristeza

12. 12. 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

10. 12. 2013

Afonso,

Não há palavras sem pronuncia, mas a boca seca, esvazia-se e emudece.
Poderia dizer que estes malditos códigos são pequenos, e impróprios.
E sinceramente, não quero operar por similaridade.
Não quero evocar sentidos.
Há um hiato entre ser e não ser mais. Aquilo que sentimos nos diz sobre nós, e apenas o Eu reconhece-se em vestidos de um outro que o é. Que jogo doente!
Sofro por mim. E não há véspera para isso. Não há um só momento de brevidade em antecedência da queda.
O tempo amortece as pontas amoladas que entram garganta a fora.
Toda esta complexidade para existir, e tão somente por. Não há escolha, desde então. E o mundo gira, continua livremente girando, como se tudo ocorresse de maneira sistematizada, com uma lógica própria de sentido e derivação perfeita, habitações perplexas de nada. De gente que circula por linhas iluminadas, seguindo um destino gosmento de vida, de sonho, de caos. Como a borboleta preta que morre por ser preta, sem escolha nem de um, nem de outro […]
Nada que escape a um texto sem travessias de linguagem.
No mais, atribuo o escrito a aquilo que persiste.




Tristeza
10. 12 .2013